Google TV
A última vez que a web se misturou com a televisão, há uma década, deu tudo bem errado em pouquíssimo tempo. Então por que estamos tão empolgados com o Google TV?
Uma palavra: aplicativos
Uma interface de desktop não funciona numa televisão e é praticamente a razão da primeira empreitada da web na TV ter falhado epicamente. Mas a indústria parece ter aprendido a lição: aplicativos para TV precisam de uma interface para TV. Veja só os apps de Xbox 360. É um bom começo. Do mesmo modo que centenas de desenvolvedores criam novos universos para telas de 3,5 polegadas, eles podem fazer o mesmo para telas de 50 polegadas e mudar completamente nossa relação com a sala. Ter a possibilidade de ver a bolsa de valores ao vivo enquanto assisto uma reprise de Hermes e Renato e ainda tuíto sobre os bons tempos do seriado é só o início do ecossistema de aplicativos que a TV pode ter. E o Google TV é a primeira plataforma capaz de transformar isso em realidade.
Funciona muito bem com nossos celulares
AirPlay, AirPapo. O Google TV não tem a xenofobia da Apple TV – além de pode ser controlado por um smartphone por Android, o coração do Google TV é que nem de mãe, e aceitará comandos de aparelhos com iOS também. E isso transforma aplicativos de streaming em verdadeiras máquinas, como o Chrome to Phone e o AirPlay. Você pode jogar sites, fotos, músicas ou vídeos do celular direto para a TV instantaneamente. (Mas acreditamos que os Androids terão maiores poderes na conexão telefone-TV, por razões óbvias). Como já dissemos, celulares touchscreen são os melhores controles remotos do mundo, já que eles podem exibir qualquer tipo de controle e mudar para comandos diferentes para ações específicas – teclado, controles de música e vídeo, o que for preciso.
É uma plataforma
Eis a realidade sobre a Apple TV, o Roku e a maioria das caixinhas de televisão à venda principalmente nos EUA: no geral, elas são apenas uma caixa. Por outro lado, o Google TV é uma plataforma completa. Ele estará em caixas da Logitech e em TVs da Sony, inicialmente. Mas em breve estará em muito mais set top boxes e TVs de outras marcas. Em outras palavras, há muitas chances do Google TV ser o primeiro sistema de web feito para a sala de casa com alcance amplo, não apenas para entendidos. (A exceção são os consoles de game nas salas, mas eles têm propostas diferentes de entretenimento). Há um potencial enorme aqui, o que deve incentivar ainda mais os desenvolvedores a trabalharem em aplicativos, e também ajudar as companhias de entretenimento a levar seu conteúdo para o Google. E, levando em consideração o crescimento absurdo da App Store da Apple, nós sabemos bem como funciona esse tipo de bola de neve.
Ele é bem elegante (vindo do Google)
Alguém lembra do Android 1.0? Do Google Wave? A eterna e imortal etiqueta de “beta” em mais da metade dos produtos do Google? O Google TV não se parece com as iniciativas comuns do Google, onde uma novidade é comemorada como futuro e logo é absorvida por algo maior. A diferença aqui é que o sistema é realmente elegante e bem feito, e logo em seu lançamento. E tudo indica que a construção do sistema foi competente, criando algo que qualquer pessoa acostumada com o Google consegue lidar – ou seja, praticamente todas as pessoas que comprariam o Google TV. Eu nem sempre sei em que canal ou horário certo seriado está passando, eu só quero assistir e fim, seja lá de onde ele venha. E o Google TV torna esse tipo de preocupação ainda menos importante.
E se o Google trabalhar no serviço do mesmo modo que fez com o Android, atualizando e absorvendo rapidamente modificações que os usuários pedem com frequência? Aí sim teríamos uma mudança drástica no mundo do entretenimento televisivo que conhecemos hoje. Tipo, hoje em dia, um cara da operadora de TV a cabo demora dias para resolver algum problema em sua caixinha mágica de TV fechada. O Google poderia corrigir tudo em pouquíssimos segundos em seu sistema, sem necessidade física, apenas firmware e afins.
Ele já está lotado de conteúdo
Para completar, o Google TV já está pronto para enfrentar qualquer caixinha mágica que exista. Nos EUA, há Netflix, Amazon Video, conteúdo específico da TBS, Cartoon Network, CNBC, HBO. Já há integração com o Pandora e com o Twitter. E NBA. Ficam de fora os maiores canais de notícias americanas e a ESPN, mas até então, eles não foram muito com a cara de nenhum outro sistema de streaming mesmo. E é possível que todas as ausências cheguem em breve (lá fora, o Hulu Plus está se espalhando tão rápido quanto o Netflix), principalmente se o Google TV realmente invadir a salas de estar de muitas famílias.
O Google também criou um jeito de colocar a internet na sala que a maioria de seus concorrentes não foi capaz de criar. Traduzindo, ele tem tudo de bom que nós imaginamos sobre a tão falada nuvem – enviar sem nenhum sofrimento filmes e seriados de um aparelho para outro e para outro e assistir o conteúdo em qualquer lugar será mais fácil no Google TV do que em qualquer outro sistema. O Google não tem motivos para te manter preso dentro de uma caixa. O Google quer você navegando na web.
Ter uma caixa diferente ao lado de nossa TV não nos empolga mais há tempos. Mas o Google TV é muito mais do que uma caixa.
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