Pinball Clube de São Paulo
Restrito para fãs, Pinball Clube de São Paulo tem mais de 80 máquinas clássicas e atuais
ANDRÉ FORTE
Colaboração para o UOL
Colaboração para o UOL
O Cambuci, aconchegante e histórico bairro da região central de São Paulo abriga um dos clubes mais divertidos da Terra da Garoa. Ao menos é o que acha Manoel Barreto, um dos sócios diretores do Pinball Clube de São Paulo, um local repleto de máquinas de pinball e ambiente propício para os fãs de um bom e velho flipper. "O gostoso é a nostalgia", explica.
Criado em 1999 na Praça da Árvore, em São Paulo, o "Clube do Pinball", como é chamado carinhosamente, começou com alguns poucos sócios, que decidiram juntar suas máquinas de pinball em um local só. De lá para cá, o clube não parou de crescer em quantidade de sócios e máquinas, o que obrigou o grupo a migrar para o Cambuci em 2005, onde permanece até hoje. O funcionamento do clube não é nada convencional e, ao contrário da maioria dos clubes, não é aberto facilmente a novos associados. "Há dois tipos de sócios, o sócio-diretor, que possui no mínimo uma máquina disponível no nosso acervo e também o sócio jogador, que não conta com máquina, mas nos paga uma pequena taxa que utilizamos para ajudar nas despesas".
Entretanto, a aceitação de sócios jogadores não é assim tão fácil e requer algo mais do que simplesmente a vontade de se associar e pagar taxas mensais. "Aqui é a nossa segunda casa, então não podemos simplesmente aceitar qualquer pessoa para entrar nela", explica o sócio-diretor Adão Sales. "Não basta a pessoa gostar de pinball, ela precisa amar o pinball como nós amamos e frequentar regularmente", explica o sócio-diretor Manoel Barreto.
Criado em 1999 na Praça da Árvore, em São Paulo, o "Clube do Pinball", como é chamado carinhosamente, começou com alguns poucos sócios, que decidiram juntar suas máquinas de pinball em um local só. De lá para cá, o clube não parou de crescer em quantidade de sócios e máquinas, o que obrigou o grupo a migrar para o Cambuci em 2005, onde permanece até hoje. O funcionamento do clube não é nada convencional e, ao contrário da maioria dos clubes, não é aberto facilmente a novos associados. "Há dois tipos de sócios, o sócio-diretor, que possui no mínimo uma máquina disponível no nosso acervo e também o sócio jogador, que não conta com máquina, mas nos paga uma pequena taxa que utilizamos para ajudar nas despesas".
Entretanto, a aceitação de sócios jogadores não é assim tão fácil e requer algo mais do que simplesmente a vontade de se associar e pagar taxas mensais. "Aqui é a nossa segunda casa, então não podemos simplesmente aceitar qualquer pessoa para entrar nela", explica o sócio-diretor Adão Sales. "Não basta a pessoa gostar de pinball, ela precisa amar o pinball como nós amamos e frequentar regularmente", explica o sócio-diretor Manoel Barreto.
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Além disso, por ser uma espécie de extensão da casa dos sócios, é preciso que o associado se adeque a algumas normas básicas de conduta "Não permitimos, por exemplo, que a pessoa fale muito palavrão, pois vira e mexe trazemos nossos familiares e crianças", diz Barreto. A amizade conquistada pelos associados é tanta que eles se reúnem regularmente às terças e aos sábados e muitas vezes até se esquecem de ligar as máquinas "Muitas vezes a gente vem para assistir a um jogo de futebol, bater um papo e rever a turma", diz.
O local, que fica na parte superior de um restaurante tradicional da região, conta com cerca de 80 máquinas, mas poderia ser ainda mais recheado caso o local não estivesse totalmente ocupado pelos pinballs levados pelos sócios. "Infelizmente, temos que recusar a entrada de novos sócios diretores, muitos deles já são sócios jogadores, que querem nos trazer máquinas interessantes e que não temos no acervo, mas devido à falta de espaço não podemos aceitar", explica Sales.
Por se tratar de um hobby retrô, a média de idade do clube gira em torno de 40 anos. "Muitas dessas máquinas fizeram parte da nossa juventude, então é muito bom relembrar essa época ao lado delas", explica Barreto. E raridade é o que não falta no acervo do Pinball Clube de São Paulo, que conta com "Ace High", criada pela Gottlieb em 1957 como a sua representante mais antiga, passando pelas eletromecânicas "Drakor", lançada pela Taito em 1979, a icônica "Tommy", do The Who, desenvolvida pela Data East em 1990 até chegar às mais modernas, como "Pirates of the Caribean", fabricada pela Stern em 2006.
TIPOS DE PINBALL | ||||
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Jogando e arrumando
Uma máquina de pinball possui um grande diferencial em relação a um fliperama de videogame. Ao contrário dos arcades, que não possuem recursos mecânicos, o pinball possui muitas peças que se soltam ou são danificadas com o tempo, como molas e relês. Desta forma, é normal que estas máquinas quebrem com mais facilidade. "A manutenção não é cara, mas é constante.
Um dos motivos pela "morte" do pinball é justamente a manutenção, pois conta com defeitos constantes em peças mecânicas e eletrônicas. Hoje em dia é difícil encontrar esse tipo de material na rua, então muitas vezes temos que improvisar", explica Sales.
Assim, a sinergia dos associados com as máquinas é tão grande que muitos vão se habituando a problemas recorrentes e até arriscam algumas modificações "O pinball para nós é como um carro; com o tempo de convívio, as pessoas acabam aprendendo a mexer com algumas coisas", explica Barreto.
Como no clube cada máquina pertence a um sócio-diretor diferente, a manutenção dessa máquina só pode ser feita pelo proprietário, que muitas vezes, recorre a Waldir Mendes de Lima, técnico especialista em manutenção de máquinas de pinball.
Apaixonado por pinball, Waldir trabalha na área desde os 14 anos "Comecei como assistente em uma empresa de mesas de bilhar, onde tive o primeiro contato com as primeiras máquinas de pinball que por lá chegavam. Como era novo e não tinha conhecimento sobre o assunto, procurei entender o funcionamento delas observando a cada visita que os técnicos faziam. Atualmente, faço reparo e restauração das máquinas, inclusive pintando à mão para revitalizar cada detalhe da mesa original".
Waldir explica que a manutenção das máquinas é constante, mas relativas ao tempo de utilização. "O fato é que quanto mais determinada máquina é utilizada, mais ela vai quebrar", explica ele. Entre as preferidas do público, Waldir destaca as mais jogadas e reparadas. "As que dão mais manutenção são 'Medieval Madness' e todas as da Taito, como 'Cavaleiro Negro'".
Taito do Brasil, clones e a reserva de mercado
Criada em 1984, a Lei de Reserva de Mercado foi instituída para induzir o investimento do Governo e setor privado na formação e especialização de recursos de tecnologia em montagem microeletrônica e desenvolvimento de software e arquiteturas de hardware.
TOP 11 DO PINBALL CLUBE | ||||||||||||
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Com o pinball não foi diferente. Aliás, pode-se dizer que a reserva de mercado compôs um capítulo pitoresco da história destas máquinas no Brasil. A Taito, uma das grandes fabricantes de videogame profissional e criadora do popular jogo "Space invaders" já trabalhava com máquinas de pinball importadas para o Brasil, mas como aqui a produção não respeitava qualquer tipo de direitos autorais, praticamente todas as máquinas da Taito brasileira eram clones até descarados de outras famosas no exterior.
A única máquina da Taito que não se trata de um clone é "Shark", de 1982. Não me pergunte o porquê, só sei te dizer que é a única!", brinca Cid Rudis, que dá alguns exemplos de máquinas clonadas pela Taito. "A 'Oba-Oba', por exemplo, é um clone da 'Playboy', da Bally." Curiosamente, assim como a máquina original, que contava com uma arte nitidamente erótica que remetia à famosa revista masculina criada por Hugh Hefner, o "Oba-Oba" tinha como inspiração o radialista e apresentador da televisão brasileira Oswaldo Sargentelli, que estampava os displays ao lado de suas icônicas mulatas. Além desta, outras máquinas foram completamente copiadas. "Drakor" conta até com a arte de display similar à da máquina original "Gorgar", da Williams.
Desta forma, os brasileiros podiam até não jogar as máquinas originais que faziam a cabeça dos norte-americanos, mas certamente tinham diversão muito similar graças aos clones da Taito. E curiosamente, as máquinas desta fabricante brasileira são as que fazem mais sucesso entre os frequentadores do Pinball Clube de São Paulo. "Taito é Taito", finaliza Manoel Barreto.
Os fãs de pinball que estão interessados em conhecer o Pinball Clube de São Paulo podem visitar o site oficial do "Pinball Brasil". Lá, além das informações sobre o clube paulistano, também mostra o contato do clube do Rio de Janeiro, assim como outras curiosidades sobre o tema.
PINBALL: JOGO DE HABILIDADE OU JOGO DE AZAR? | |
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