inFamous - Review
Imagine você acordando dentro de uma enorme cratera, no meio da cidade devastada, com carros queimados, prédios destruídos e pessoas mortas ao seu redor, enquanto o seu senso de emergência apitando na sua cabeça e que sua primeira reação é tentar sair dali o mais rápido possível… É assim que inFamous coloca o jogador para aprender os controles básicos e descobrir o que aconteceu naquele local. Em poucos minutos você descobre que além de ter sobrevivido à explosão, você também é capaz de suportar correntes elétricas pelo seu corpo, e o melhor, controlar essa corrente!
A história é toda montada ao redor da explosão que causou uma enorme cratera em Empire City. A cidade está em quarentena, as saídas estão fechadas, não há muito policiamento disponível, os hospitais estão improvisados pela cidade, e as gangues tomaram conta. Logo no início do game você é acusado de terrorismo e precisa provar que não estava participando de nenhum plano, mas que tinha sido envolvido na trama sem saber do que se tratava. Também no início do jogo, agentes secretos entram em contato com Cole, e exigem a ajuda do protagonista para que o mistério seja resolvido em troca da limpeza de seu nome. E assim a sua jornada começa, e o jogo se divide em trama principal, missões secundárias, e missões que definem o caráter de seu personagem. São 15 no total, e cada uma que você completa anula a oposta. Por exemplo, se você realizar uma “Good Mission” (marcada com a cor azul e amarela), uma “Evil Mission” (vermelha e amarela) é lacrada e você não pode cumprir. É importante notar que a história não muda de acordo com as suas escolhas, mas o cenário da cidade também progride de acordo com o seu desenvolvimento, tamanho o grau de imersão que a produtora Sucker Punch aplicou ao jogo. Escolhendo o caminho do bem, mais pessoas andam pelas ruas, a cidade ganha um aspecto mais limpo, você ouve os cidadãos gritando o seu nome, mas esses “fãs” podem se tornar vítimas caso as gangues ataquem você. No caminho do mal, policiais te perseguem, os pedestres te insultam e atiram pedras em você, mas em compensação seus poderes são um pouco mais fortes.
Após o desenrolar de algumas missões, você descobre que na verdade você estava carregando um pacote, que até o momento era uma entrega ordinária qualquer, mas que na verdade era a Ray Sphere, um projeto secreto de laboratórios que poderia dar ao seu portador a habilidade de controlar a energia elétrica e estática da natureza, sem problemas físicos pro usuário. Alguma coisa acontece de errado, e essa esfera explode contigo no meio da cidade. E aí começa a sua corrida para descobrir o que aconteceu. No desenrolar de toda a história surge o seu principal inimigo Reeves, que parece ter os mesmos poderes e capacidades que você. Cabe a você então restaurar a energia da cidade e conseguir mais poderes no processo, treiná-los e se preparar para a Batalha final.
Durante o jogo você percebe que a cidade está sitiada, ninguém entra ou sai, as equipes de emergência recebem chamados insistentes sobre feridos, e a polícia não tem força nem contingente suficiente para conter os avanços de gangues e vândalos pela cidade. Além disso, o governo federal determinou que se a situação não melhorasse, a erradicação da cidade era uma opção. Cabe a Cole tentar desvendar o que houve com a cidade, com ele próprio, além de restaurar as condições habitáveis da vizinhança e ajudar à emergências correntes da sua amiga Trish.
A interatividade com todo o cenário pode ser avaliado em dois aspectos: o primeiro é a facilidade de subir em prédios, postes, docas, trilhos, o que quer que seja ou esteja no seu caminho. Algo semelhante ao que Assassins Creed inaugurou, mas ainda assim melhorado. Praticamente qualquer parede é escalável, desde que tenha um beiral, uma janela ou ornamento qualquer. Mas em alguns momentos a facilidade de subir em prédios atrapalha um pouco, e é exatamente o “magnetismo” que coloquei nos contras lá em cima. Você está tentando simplesmente atravessar os trilhos, mas a ajuda do sistema te mira exatamente para os trilhos, onde você pode deslizar e chegar mais rápido em alguns lugares, mas não era essa a intenção naquele momento. Sobre essa ajuda do sistema faltou calibrar um pouco para que o jogador tivesse uma maior autonomia e errar mesmo, sem que automaticamente o jogo consertasse. A sensação de profundidade poderia ser um pouco maior e embora não chega a ser um grande problema, pode irritar.
Em resumo, inFamous é um jogo grande, diversificado, com muitas opções de exploração, bem desafiante, e com um enredo qua não fica cansativo. Seria como juntar a vivacidade de GTA IV com a liberdade de Assassins Creed e envolver tudo com fio de alta tensão. Se tiver a chance, não deixe de jogar.