terça-feira, 10 de abril de 2012

Resident Evil 6 - Preview


 A Capcom reservou para o último dia da Captivate a apresentação de Resident Evil 6, aquela por que todos mais aguardavam. Primeiro porque até ao momento ainda pouco tinha sido tornado público sobre o jogo e depois porque aquela foi a primeira oportunidade para revelar os primeiros segmentos de "gameplay". Além disso a apresentação de Resident Evil 6 tinha uma duração maior por comparação com as restantes pois existia entre os representantes da Capcom uma vontade em tornar público o estado de desenvolvimento de um dos jogos mais aguardados pelos fãs.
A série Resident Evil possui um legado fenomenal e cada episódio acrescenta novidades. Sendo Resident Evil 6 um jogo que irá assinalar grandes mudanças, é natural que haja uma observação especial e até mais algum cuidado por parte da Capcom no material exibido. E, claro, a presença dos seus mais importantes produtores no evento é fundamental.

Daí que a editora tenha levado até Roma os elementos mais destacados da produção de Resident Evil 6. Hiroyuke Kobayashi é o produtor executivo e será, talvez dos três, o mais reconhecido pelo seu papel decisivo na produção de Resident Evil 4. Eiichiro Sasaki é o diretor do jogo e ainda como "designer" Yoshiaki Hirabayashi. Qualquer tentativa de obter dele informações adicionais sobre o jogo durante a hora do almoço seria infrutífera, não obstante a prontidão para esclarecer dúvidas e questões que pudessem existir sobre a matéria sujeita a apresentação.
Hiroyuke Kobayashi sublinha que o conceito para Resident Evil 6 é a conjugação de um "thriller" e horror dramático. Não são conceitos novos para quem já experimentou os jogos anteriores da série, mas ao acrescentar uma toada mais cinematográfica é evidente que o jogo terá uma maior propensão para a ação, principalmente pelos novos movimentos que as personagens irão executar. Em certa medida o terror será maior do que o survival, daí que nesse capítulo estejamos mais perante uma evolução a partir dos últimos jogos. As munições não são tão escassas como dantes e o controlo da personagem não é tão tanque como nos primeiros episódios. Agora existe a possibilidade de ganhar refúgio e, num outro movimento, pudemos ver Leon cair de costas e dessa posição horizontal continuar a disparar sobre os zombies.
 História e ação serão reforçadas em termos dramáticos. Os tons escuros sobressaem na composição global do jogo, por força da escassa luminosidade do exterior ou então a partir de aspetos circunstanciais como sustos causados quando uma personagem parece saltar do nada para o nosso campo de visão pedindo ajuda, alguém que tosse numa sala fechada ou tão só o ribombar de um raio de eletricidade. O "clima" que emana deste jogo é facilmente acolhido pelos fãs da série. É verdade que a personagem movimenta-se melhor, de forma mais fluida, mas o ambiente é claramente Resident Evil e familiar para os fãs.
Nos primeiros jogos a tensão era constante por causa da estrutura claustrofóbica dos níveis e da movimentação algo restringida da personagem. Mas nem por encontrarmos agora alguma agilidade e fulgor na jogabilidade se perdeu a tensão que existia nesses jogos. Digamos que se encontra construída de forma diferente. Os inimigos aparecem de qualquer sítio e quase sempre um confronto é precedido de um susto ou de uma situação inesperada desconfortante.
Este é um Resident Evil que a Capcom pretende maximizar e seguir para lá de todas as fronteiras. Haverá algum risco nesta aposta, ao criar 3 histórias para 3 protagonistas diferentes, mas assim não terá um jogo tão linear e previsível. As 3 diferentes histórias marcam diferentes arcos narrativos que contam com origem em pontos específicos do planeta, ao mesmo tempo que os protagonistas seguem missões aparentemente distintas. Leon Kennedy, Chris Redfield e Jake Muller terão a sua história e o jogador poderá começar o jogo com qualquer personagem. Mas haverá uma altura em que todas as histórias ficarão interligadas, isto porque o planeta enfrenta uma nova ameaça sem precedentes. Depois haverá todo um conjunto de "overleaps" na forma como se preenchem os "slots" narrativos e isso será promotor de um certo dramatismo.
 O principal palco do jogo será a China, Lanshiang, o espaço geográfico dominante, mas haverá outras localizações a seguir de acordo com a personagem escolhida. Todos vimos no trailer de revelação do jogo que Leon Kennedy ficou sujeito a uma escolha que nunca julgaria ter de cumprir; apontar uma arma ao presidente dos EUA. Com efeito, a história de Leon acontece nos EUA. O presidente prepara-se para dar uma conferência para uma suposta mensagem fundamental. No entanto, ele e os seus seguranças são vítimas de um ataque terrorista. Durante o ataque o presidente é infetado e Leon, juntamente com Helena Harper (a parceira de serviço) terão de o matar. Helena Harper é uma agente misteriosa que entra em cena de forma misteriosa. Sabemos apenas que faz parte dos serviços secretos e terá algo mais para dizer sobre o evento em prática que em pouco tempo tomará proporção mundial.
A história de Chris tem lugar na China. Ele foi enviado para a China de modo a prevenir um eventual ataque e lidar com uma nova ameaça. Durante a missão, um acontecimento terá afetado a sua vida, especialmente na forma como irá enfrentar o bioterrorismo. O que se irá ver de Chris é algo que não é conhecido. Isso mudou a vida dele e terá efeitos ao longo da missão. Ao seu lado está Piers Nevans. É um dos novos membros e parceiro de Chris e sabemos que se encontrava com Chris 6 meses antes do ataque e que o seu objetivo passava por estabelecer apoio na missão.
ake Muller é a nova personagem. A sua história tem lugar na Europa, num país do leste. Há grupos mercenários em combate e Jake é um deles. Não demonstra qualquer preocupação por valores morais e éticos. Por seu turno, Sherry Birkin, a parceira de Jake, exibe compaixão e preocupa-se com as pessoas. Sherry insiste junto de Jake que ele tem a capacidade para mudar o mundo, mas Jake é um mercenário e fará tudo pelo dinheiro. Ambos entrarão num conflito e tentarão sobreviver ao mesmo, ainda que as suas personalidades sejam distintas e Jake seja filho de Albert Wesker.
Resident Evil 6 marca o regresso dos zombies na sua forma mais tradicional, mas com grandes avanços quanto aos golpes de ataque. Sendo espertos e rápidos, rapidamente se transformam num pesadelo da pior espécie. Um deles é J'avo e pode usar todo o tipo de armas. Corre depressa e certas partes do seu corpo regeneram-se, implicando que depois de o terem atrasado ele possa voltar a atacar em força. O C-virus é o responsável pelas novas criaturas e despoletou uma nova vaga de criaturas.
Durante a apresentação de Resident Evil 6 a Capcom mostrou "gameplay" da história de Leon. Mas no final alertou para que nos próximos eventos como E3 será revelado mais sobre as outras personagens. A secção jogável que nos foi mostrada arrancou com o exato momento em que o presidente dos EUA está no chão, curvado sobre si, tossindo. Os efeitos da infeção que o atinge são visíveis quando se levanta. Sem obedecer às indicações de Leon Kennedy, este tem de tomar uma medida que nunca julgaria precisar.
 Após sair do gabinete onde acabara de matar o presidente, Leon e Helena tentam descobrir mais sobre os estranhos acontecimentos. Para tal entram numa sala gigantesca onde iria ocorrer um jantar, na Universidade de Ivy. O ambiente é escuro e pesado e traz à memoria muito da mansão do primeiro jogo. De uma sala fechada escutamos alguém tossir. Mau presságio, mas depois de uma observação mais atenta apercebemo-nos que aquele homem de idade média é um sobrevivente que tenta a todo o custo encontrar a filha.

Sobre os movimentos de Leon, é finalmente possível correr e disparar. Há formas diversas de atacar os inimigos, mas nem por existir uma maior facilidade nas rotações se pode pensar que o stress tenha desaparecido. Alguns inimigos atacam a partir de pontos que não julgávamos possível e outras vezes atuam em grupo. O controlo da arma é mais fluído e dinâmico, mas a mesma tem de estar preparada pois as imprevisibilidades serão enormes. A atmosfera que envolve Leon e Helena é sufocante. Há sons e barulhos estranhos. Num dado momento somos surpreendidos pela filha dessa personagem que encontramos pouco tempo antes, mas ela já está infetada. Numa tentativa de salvamento, os quatro entram para um elevador e tentam abandonar o local o mais depressa possível. Mas na escuridão da caixa do elevador ela acaba por morder o pai. Surpreendido, Leon abate mais uma criatura.
 Pouco depois Helena e Leon chegam a um parque automóvel subterrâneo. A ameaça é maior e desta vez Leon terá de confrontar quase uma dezena de zombies em fúria. Neste confronto mais aceso e disputado apercebemo-nos depressa do magnífico trabalho da Capcom. As balas disparadas por Leon fazem realmente um grande barulho e os zombies, atingidos pelos disparos, são empurrados pela força das balas, o que é uma extrema representação da violência dos disparos. Apesar de alvejados alguns ainda se movem e vão chegando cada vez mais perto, atirando o protagonista ao chão à espera de uma oportunidade para dar uma dentada em carne fresca.
Apercebendo-se que dali não conseguiria escapar, Leon volta atrás, para um espaço de segurança, e vê num monitor do parque algumas pessoas agitando cartazes e pedindo ajuda. Infelizmente os zombies estão próximos e Leon não tem outra alternativa senão assistir a mais uma cena aterradora. Pouco depois a demonstração chega ao fim em "single player".
 Em termos de opções de jogo, para já a Capcom anunciou o modo co-op local para dois jogadores através de ecrã dividido. Televisores mais generosos serão o ideal para ajustar as duas imagens. Em vez de sobrepor as duas perspetivas, os produtores criaram uma opção que permite afastar a divisão de modo a que o processo de observação não seja tão confuso e cada jogador se concentre mais facilmente na sua personagem. Será possível que um segundo jogador entre na campanha em qualquer altura. Ficámos também a saber que o modo Mercenaries poderá ser jogado desde o princípio. Sobre a data de lançamento a Capcom conseguiu recuperar praticamente um mês e por isso o jogo conta com data de lançamento para 2 de Outubro de 2012.
Depois do primeiro trailer de apresentação do jogo, a Capcom voltou a exibir mais cut-scenes que poderão acompanhar desde já, mas foi sobretudo o "gameplay" revelado que veio comprovar o magnífico trabalho que está a ser desenvolvido para fazer de Resident Evil 6 uma experiência marcante em todos os capítulos. A narrativa dividia por 3 arcos será talvez o ponto mais arriscado, mas a aposta da Capcom passa por aumentar o dramatismo, a diversidade de locais a percorrer e proporcionar um contacto maior com personagens do universo Resident Evil. A ameaça provocada pelo novo vírus tem proporções gigantescas e mundiais. A Capcom vai alargar as fronteiras da série Resident Evil, mas vai fazê-lo preservando muitos dos aspetos que deram relevo à série, num equilíbrio entre novidade e tradição, embora aqui possa pender mais para a novidade. Mais será revelado nos próximos tempos, mas para já as impressões são muito positivas.

Fonte: Eurogamer

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