segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Army of Two: The 40th Day Análise

Os "irmãos de armas" Elliot Salem e Tyson Rios fizeram a sua primeira aparição no mundo dos videojogos no ano de 2007, em Army of Two, e agora estão de regresso no novíssimo Army of Two: The 40th Day. Elliot Salem e Tyson Rios são agora mercenários contratados para fazer pequenos "serviços" a troco de dinheiro, isto, claro, com a ajuda da preciosa Alice Murray.

A meio de um "serviço", a dupla é apanhada desprevenida, quando Xangai é alvo de vários ataques terroristas fazendo com que a estratégia de Elliot Salem e Tyson Rios mudasse para a sobrevivência e extracção da zona de impacto. É a partir daqui que a "festa" começa, e qualquer zona por onde a dupla passe está, literalmente, apinhada de inimigos que os querem matar sem qualquer razão aparente.

Army of Two: The 40th Day não tem muitas diferenças em relação a Army of Two. As comparações com Gears of War são inevitáveis, devido ao seu sistema refinado de cobertura e blind fire que, ao contrário de Gears of War, não nos prende à parede, esquina ou até ao hipopótamo morto que nos serve de protecção.


A palavra chave é 'cooperação' e só assim iremos conseguir sobreviver. É um jogo a dois e teremos sempre o nosso companheiro ao nosso lado, seja ele um amigo nosso ou controlado pela I.A. do jogo. A jogabilidade é bastante acessível e é-nos introduzida em forma de pequenos tutoriais logo na primeira missão de Army of Two: The 40th Day, quando ainda nem sequer imaginámos o que irá acontecer dentro de poucos momentos.

Basicamente, para avançarmos iremos usar o sistema de cobertura enquanto damos ordens ao nosso companheiro para flanquear os adversários (ou vice-versa). Isto porque flanquear torna-se quase sempre a melhor opção para avançarmos até à próxima zona de combate. Tal como em Army of Two, neste jogo é possível ordenar ao nosso companheiro para manter a sua posição, para avançar no terreno ou para nos seguir. O sistema de 'Aggro' está de volta, e para quem não sabe, é o sistema que define a agressividade dos inimigos para um dos elementos da nossa equipa, ou seja, se as atenções estiverem viradas para o Salem, o Rios pode facilmente flanquear os inimigos e matá-los num ápice.

É neste campo que Army of Two: The 40th Day se destaca, visto que a I.A. do nosso companheiro é superior quando comparada com muitos jogos que andam por aí. Apesar de, por vezes, não fazer as melhores escolhas, o nosso par faz um excelente trabalho a eliminar alvos, a cobrir-se e a responder às ordens dadas por nós, fazendo todo o jus à expressão "inteligência rara".

Mas existe mais em Army of Two: The 40th Day. Uma das novidades é a inclusão de civis que, na maior parte das vezes, andam a passear apavorados em diversos locais por onde passamos, e em algumas situações iremos (ou não) salvá-los, quando estes se encontram prisioneiros, prontos a ser fuzilados pelo inimigo. Nestes casos, iremos ter de analisar a situação para percebermos a melhor maneira de prosseguir. Para isso, temos a ajuda de um GPS que, para além de nos indicar o caminho, nos permite identificar o rank dos soldados à nossa frente, e quanto maior o rank do soldado, maior a importância para os seus súbditos. Mas o que interessa isto? É simples: em Army of Two: The 40th Day poderemos usar os líderes para tomar partido da situação, ou seja, se agarrarmos um oficial por trás, os seus soldados irão depor as armas e ficarão à nossa mercê, sendo que depois basta ordenar ao nosso parceiro que os algeme, ou então escolher matá-los enquanto usamos o oficial como escudo humano.

Isto leva-nos para outro ponto que começa a ser habitual nos jogos de hoje dia, como Fallout 3, Fable 2, inFamous ou Mass Effect 2, que são as escolhas morais. Em Army of Two: The 40th Day existem situações que nos irão deixar escolher uma das duas opções dadas. Depois de ser feita a escolha será posteriormente apresentada a sua consequência através de uma semi-animação em anime. Contudo, e infelizmente, estas escolhas morais não têm qualquer tipo de influência no desenrolar do jogo.


Apesar das escolhas morais não afectarem a história de Army of Two: The 40th Day, existe um pormenor que é afectado por certas acções, como cumprimentar o nosso companheiro ou então bater-lhe - estou a falar da amizade entre Elliot Salem e Tyson Rios que, entre outras coisas, pode ficar no país das maravilhas ou chegar ao fundo do poço.

O bullet time, conhecido de jogos como Bayonetta, F.E.A.R 2, Max Payne, Red Dead Revolver, Wet e Wanted, também está presente em Army of Two: The 40th Day, que apesar de não ser uma habilidade que possa ser usada em qualquer altura, funciona bem. São dois momentos distintos onde o bullet time se evidencia: a primeira situação é quando fazemos o chamado mock surrender, que consiste em fingirmos que nos entregamos ao inimigo, fazendo com que baixem a guarda, para depois executarmos um quick draw e matá-los em slow motion; o segundo momento é quando ficamos costas com costas (o chamado cover my six) com o nosso companheiro e distribuímos munições de forma violenta até não podermos mais.

Mas Army of Two: The 40th Day tem mais trunfos na manga, como a personalização. Alguém se lembra do passa-montanhas com uma caveira que trazia um certo carisma à personagem Ghost do Call of Duty: Modern Warfare 2? Eu sei que sim, mas a dupla de Army of Two trouxe o conceito das máscaras antes Ghost, e o melhor de tudo é que ainda podemos personalizá-las com alguns presets ou então criar uma ao nosso gosto. Quando envolve armas, a personalização chega a um novo patamar, pois existe todo um rol de acessórios disponíveis para comprar, tais como miras telescópicas, silenciadores, carregadores de maior capacidade e até camuflagens para as armas (incluíndo skins de zebra ou de ouro, fazendo lembrar a minha mítica Desert Eagle dourada do Call of Duty: Modern Warfare 2). Por outras palavras, existem muitas combinações possíveis de serem feitas, assim como muitas armas e acessórios.

A cereja no topo do bolo chega quando Army of Two: The 40th Day é jogado cooperativamente, seja de forma local ou online. Não me interpretem mal, a I.A. faz um excelente trabalho, mas quando temos outra pessoa a nosso lado, a comunicação passa a existir, e a diversão aumenta significativamente. Isto porque Army of Two: The 40th Day falha no que toca a oferecer um verdadeiro desafio, pois é relativamente fácil, e os bosses presentes no jogo não se podem realmente chamar de bosses.

Enquanto a acção decorre em Army of Two: The 40th Day, irão assistir a uma Xangai bem detalhada e bastante destruída, assim como a uns modelos bem pormenorizados de Elliot Salem e Tyson Rios, com as suas masks de luxo muito bem caracterizadas e reais, ou não estivesse eu a falar do Unreal 3 Engine, que para além de proporcionar cores vibrantes e efeitos de luz bastante bons, consegue mostrar que ainda é capaz de oferecer bons gráficos nos dias que correm.

A sonoplastia presente em Army of Two: The 40th Day é boa para o ouvido, o voice acting é bom, tirando o pormenor de, por vezes, não estar sincronizado com a boca da personagem. As explosões são boas, sonora e visualmente, para além das armas terem sons distintos e que, juntamente com o ambiente, nos dão vontade de não largar o gatilho.

E como ninguém dispensa um modo multiplayer, Army of Two: The 40th Day não é excepção. Aqui, existem quatro modos online, sendo eles:

  • Control - Cada equipa terá de capturar e defender diversos pontos no mapa, de forma a ganhar pontos;
  • Co-op Deathmatch - É muito semelhante ao modo Team Deathmatch de jogos como Modern Warfare 2, onde cada equipa enfrentará outras duplas;
  • Extraction - É parecido ao modo Firefight de Halo 3: ODST, onde seremos brindados com hordas de inimigos (I.A.) a dispararem sobre nós, e onde as palavras de ordem passam a ser trabalho de equipa e sobrevivência.
  • Warzone - Em Warzone iremos ter vários objectivos para concretizar com sucesso, seja matar um VIP que a equipa adversária está a proteger, ou plantar explosivos numa determinada localização, fazendo lembrar Killzone 2.
Army of Two: The 40th Day não inova em nada, e apesar da linearidade do jogo e de pequenos slowdowns que ocorrem de vez em quando, não deixa de ser um bom jogo de acção, principalmente quando jogado cooperativamente com outra pessoa. Os modos de jogo online, embora sejam poucos, conseguem prender-nos ao ecrã. No entanto, e apesar de ser um jogo divertido e cheio de acção, com escolhas morais, cenários detalhados e variados, nota-se que é uma série com bastante potencial, mas que ainda não atingiu o seu auge.

Por Mygames - PT

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