PlayStation 4: Finalmente oficial
O PlayStation 4 é realidade, e vai chegar às lojas “no final deste ano”. A Sony passou 2 horas falando sobre o novo console no evento desta quarta-feira em Nova York. Falou das tecnologias, das boas intenções para a futura geração, mostrou uma dezena de jogos com gráficos lindos, agradou o público e – como um ninja em uma missão de assassinato – foi embora sem mostrar o que todos gostariam de ver (deve ser a primeira vez que anunciam um produto sem mostrá-lo). Ficamos com o controle, alguns dados técnicos, várias dúvidas e muitas ideias para discutir. Vamos tentar resumir os principais pontos disso tudo.
As entranhas
Vamos começar pelo mais simples, a parte técnica. Contrariando as expectativas gerais, a Sony falou bastante sobre as entranhas de seu novo console. Sabemos que ele terá uma CPU de 8 núcleos com arquitetura 86X e 8 GB de memória RAM DDR5, muito mais do que o suficiente para até mesmo os jogos mais exigentes da atual geração. Ter bastante RAM é sempre uma vantagem, principalmente se os desenvolvedores conseguirem utilizar todo esse potencial. Da placa gráfica, pouco foi falado além do fato de ela ser “extremamente poderosa”. Os rumores anteriores à apresentação diziam que a GPU será equivalente à Radeon HD 7970 GPU, o que já seria um salto gigantesco em relação à GPU do PS3.
A mídia usada no PS4 será o BluRay, como poderíamos prever, e obviamente teremos um modem WiFi para conexões sem fio e tecnologia Bluetooth para quem ainda usa alguma coisa com esse tipo de conectividade. A entrada de vídeo é HDMI, então não espere por resoluções 4K no PlayStation 4 tão cedo. Não espere também por retrocompatibilidade, pois a Sony já descartou isso. Seus jogos de PlayStation 3 ficam só no PlayStation 3, a não ser que você faça streaming – algo que ainda não foi muito bem explicado.
Além disso, o PlayStation 4 terá um chip personalizado para controlar coisas como o desligamento do controle e os downloads e uploads da PSN. De acordo com a Sony, poderemos “suspender” um jogo e reiniciá-lo imediatamente com um simples toque no botão de ligar/desligar do console. A lógica dita que um tempo de inicialização tão rápido dependeria de um disco rígido SSD, mas a Sony não deu detalhes sobre o HD de seu console, dizendo simplesmente que ele será “imenso”.
Mais interessante é a capacidade desse segundo chip de controlar uploads e downloads enquanto você se preocupa apenas em jogar. Todos sabemos a dor de cabeça que é atualizar ou baixar um game no PS3. A Sony promete que tudo isso vai mudar no PS4, e você poderá inclusive jogar um game enquanto faz download dele. Como essa mágica funciona? Não temos ideia, mas vai ser interessante ver isso em ação.
O controle
O controle foi a única parte do console que pudemos realmente ver durante a apresentação. Ele é diferente do DualShock 3, mas não tanto quanto poderíamos imaginar. As diferenças estão no painel de toque frontal, bastante parecido com o painel de toque traseiro do Vita, em um botão “Share”, para compartilhar vídeos, telinhas e outras coisas com seus amigos, e uma traseira luminosa que deve funcionar como a bolinha colorida do PlayStation Move. Com o uso de uma câmera, o PS4 poderá identificar os controles no espaço, então podemos imaginar mecânicas de movimento rolando com o novo DualShock 4. Será que vai ter o mesmo destino do SixAxis?
O painel de toque parece ser para pequenos movimentos, e não para uso prolongado. Ele não é muito grande, então posso imaginar que ele será usado para pequenices como controlar menus e quick time events. Vai depender dos desenvolvedores, é claro, usar o painel de formas interessantes. Mas caso você ache o painel de toque pequeno demais para o seu gosto, pode simplesmente usar um PlayStation Vita como controle. Através de uma tecnologia chamada Remote Play, você pode inclusive abdicar o uso da televisão e jogar o seu PlayStation 4 enquanto senta no troninho, usando a tela do Vita.
Mas a novidade mais interessante do controle é, de longe, o botão de compartilhamento. Não exatamente por conta de sua função, que não é nenhuma novidade para quem acessa a internet nos dias de hoje, mas pelo fato de a Sony ter decidido colocar um botão de compartilhamento físico em seu controle. Isso demonstra o foco da empresa para a próxima geração: uma integração perfeita entre videogame e redes sociais. Estamos na era de aquário, afinal de contas.
É tudo no Share
A cada 10 minutos de conferência, a Sony fazia questão de nos lembrar que o PS4 será uma máquina social. Uma máquina de jogos para você curtir com os amigos, compartilhar momentos e dividir experiências. O botão de share no lugar do select é o exemplo mais claro disso, mas outras novidades revelam o quão pesado a empresa japonesa está pegando no lado social dos games.
A mais importante novidade é a possibilidade de criar e compartilhar vídeos de sua jogatina ao vivo com o simples toque de um botão, sem precisar passar pela sofrida tarefa de comprar uma placa de captura, configurá-la e preparar um canal de streaming que quase sempre dá mais dor de cabeça do que satisfação. Call of Duty: Black Ops II mostrou como isso é importante já na geração atual, permitindo que vídeos das partidas possam ser enviados diretamente para o YouTube. O PS4 vai permitir que você faça isso com qualquer um de seus jogos.
Além disso, temos uma nova e melhorada PSN, que quer entender melhor você, o que você gosta de jogar e a sua relação com os seus amigos. Ela pode prever quais jogos você estaria mais interessado em baixar, e se preparar para acelerar esses downloads. Ela também pode encontrar um colega para te ajudar por uma parte difícil de um jogo, inclusive cedendo o controle da sua jogatina para ele, remotamente, para que ele possa mostrar para você como se faz. E ela pode compartilhar cada experiência sua no Facebook, Twitter, YouTube e tantas outras redes por aí.
Admirável Mundo Novo? Novas ferramentas para o Gameplay Comentado? Parece que sim.
O misterioso resto
Nós ainda não sabemos de tudo. Não sabemos qual é a cara do console, para começo de conversa. Não sabemos também o seu preço, ou sua data específica de lançamento. Não sabemos exatamente como é essa história de que a retrocompatibilidade com PS3 não existe, mas será possível “fazer streaming de jogos de PSOne, PS2 e PS3″. Não sabemos o quanto a PSN vai melhorar. Mais importante, não sabemos a posição da Sony sobre algumas questões polêmicas. Como vai ser a relação do console com os jogos usados, por exemplo? É claro que a Sony vai evitar responder essa pergunta até o último minuto, mas é algo que todos querem saber. Quem sabe na E3 deste ano?
Seja o primeiro a comentar
Postar um comentário