terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Uncharted 2: Among Thieves Review - PS3

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Drake's Fortune
Se você passou os últimos anos jogando apenas “Pro Evolution Soccer”, certamente não sabe bem o que é “Uncharted”, certo? “Uncharted” é uma série que nasceu já no PlayStation3 em novembro de 2007 e foi, junto com “Resistance”, o primeiro grande jogo original do console. O engraçado é que já na primeira versão, “Drake's Fortune”, ele não tinha elementos diferenciados nem ineditismo suficiente para chamar tanta atenção.

Uma aventura onde um protagonista procura por tesouros escondidos em calabouços não é nada original, diriam Lara Croft e Indiana Jones. E Natan Drake é exatamente uma mistura entre esses dois ícones do entretenimento, um mercenário que entende tudo sobre arqueologia e história, para deixar qualquer professor de cursinho no chinelo. A aventura acontece toda em terceira pessoa onde ação, quebra-cabeças e escalação se misturam de uma forma natural e divertida.

Entre ladrões
Quando “Among Thieves” foi revelado, as primeiras telas mostravam cenários muito diferentes dos que os jogadores estavam acostumados. No lugar de florestas abundantes, uma imensa montanha coberta por neve. O que Drake esta fazendo por lá? O enredo de “Uncharted 2” apresenta dois novos personagens: Harry Flynn e Chloe Frazer, que já são velhos conhecidos do protagonista – fato não explicado no jogo, que já abre espaço para um possível prequel.

Flynn procura Drake para pedir ajuda após receber uma proposta de trabalho estranha: roubar uma lâmpada da Mongólia que esta no museu de Istambul. Drake só aceita o convite porque desconfia que essa lâmpada pode guardar segredos da frota perdida de Marco Polo, uma antiga lenda histórica. Flynn, Drake e Chloe invadem o museu, roubam a lâmpada e descobrem que ela contém um mapa que mostra que a frota tinha se perdido ao transportar a pedra Cintamani de Shambhala antes de ter sido jogada em em Bornéu, por um tsunami. Essa tal pedra esconde um enorme segredo, assim como Shambhala, uma terra perdida.

O enredo é envolvente. Pode até parecer um pouco confuso, mas a cada cutscene ele deixa o jogador mais ansioso para saber qual será o próximo passo. Claro que muitas reviravoltas e aparições de personagens conhecidos recheiam ainda mais a história, que é muito mais que apenas um plano de fundo para um jogo de ação.

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Como disse acima, “Uncharted 2” não tem nada que algum jogo nunca tenha feito parecido antes. As partes de ação possuem forte influência de jogos como “Gears of War” e “GTA IV”, com um inteligente – e útil – sistema de cobertura. Os quebra-cabeças e exploração vertical em plataformas remetem, obviamente, às aventuras de Lara Croft em Tomb Raider.

Mas como um jogo que, querendo ou não, pega emprestado elementos de tantos outros games consegue ser diferenciado? A grande sacada de “Uncharted 2” é fazer o jogador sentir na pele como é a vida de um explorador de tesouros super habilidoso e atrapalhado. Drake é extremamente sortudo e azarado. Tudo que passa perto dele explode, quebra ou desaba, mas o cara sempre dá um jeitinho de escapar.

A personalidade extrovertida e impulsiva de Natan é o que torna a aventura tão intuitiva. É possível prever cada ação do protagonista, mas nunca as reações que elas vão causar. Isso sem falar que o modelo virtual de Drake possui 80 mil polígonos, o que garantiu uma construção praticamente foto-realística – o que já rendeu vários comentários e títulos de homem mais atraente dos games. Tá podendo, hein, Drake?

A câmera de “Among Thieves” é simplesmente perfeita. Sempre com um ângulo ideal para a ação e apreciação dos lindos cenários, ela torna a experiência de se jogar algo tão imersivo quanto assistir um ótimo filme de ação. Os combates são simples; encontre uma boa cobertura, mire e atire. Os inimigos possuem inteligência artificial extremamente apurada e não vão dar mole nas dificuldades mais avançadas.

Os combates misturam ação e stealth. Em boa parte das vezes, um mar sem fim de inimigos pipocando na tela e atirando por todos os cantos vai aparecer em seu caminho, e a única escolha será contra-atacar com bala, granadas e o que mais estiver pela frente. Mas também existem momentos onde você precisa agir sorrateiramente para pegar os inimigos de forma discreta – algo semelhante a jogos como “Metal Gear” e “Splinter Cell”, por exemplo – e usar os punhos para fazer justiça, ou quase isso.

As partes de escalação e plataforma ficaram menos frustrantes em “Among Thieves”. Em Drake's Fortune, às vezes, achar o local para qual você precisava chegar significava uma torturante sessão de tentativa e erro. Agora, tudo é muito mais intuitivo. O jogador só vai precisar dar pulos mais difíceis ou traçar rotas diferenciadas quando quiser encontrar os 100 tesouros escondidos pelos cenários.

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Atuação de verdade
Agora, calma. Já expliquei como a jogabilidade de “Uncharted 2” funciona de forma magistral e como o enredo é convidativo. Mas o que há de especial além disso? Sim, os visuais são estonteantes, mas existe outro fator que torna a experiência de “Uncharted 2” única: as cenas não interativas.

Todas as cutscenes de “Uncharted” são produzidas utilizando a técnica MOCAP, que consiste em colocar receptores em pessoas para capturar seus movimentos e criar uma movimentação mais realística para os personagens. A técnica não é nenhuma novidade. Só que em “Uncharted”, diferentemente da maioria dos jogos, a captura da voz também é feita durante o MOCAP. Isso significa que os atores entram em estúdios vestidos com roupas pretas repletas de receptores em forma de bolinhas e precisam atuar de verdade, sendo que a voz é capturada ali mesmo e utilizada posteriormente nas cenas não interativas. Os produtores explicam que isso torna as cenas muito mais realísticas do que se as vozes fossem gravadas separadamente. E não há como discordar. O trabalho feito pelos atores, principalmente por Nolan North, dublador de Drake na versão americana, é fantástico.

O melhor, sim
“Uncharted 2: Among Thieves” é o melhor jogo de PlayStation 3 por conseguir oferecer uma experiência completa – mesmo para quem nunca jogou o anterior – de extrema qualidade. No quesito técnico, ele é perfeito. As músicas são espetaculares, os efeitos sonoros impressionantes e os visuais... Os visuais são simplesmente sensacionais. Jogue até a parte onde Drake sobe até o topo de um hotel, olhe em volta e admire a paisagem. Isso vai ter dar a certeza que este se trata do jogo mais bonito já produzido até hoje. Isso sem falar nas cenas de ação que vão ficar guardadas pra sempre na memória – e nas piadas hilárias.

“Uncharted 2” é completo, divertido e ainda possui um modo online que poderia muito bem ser vendido como um jogo separado. Se você tem um Playstation 3 e não tem “Uncharted 2”, não sabe do que a lápide negra é capaz.

O melhor: visuais espetaculares

O pior: confessar que é melhor que MGS4



Por msnjogos

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