Sam Fisher não tem vivido tempos fáceis. Pouco depois de terminar uma missão recebeu a notícia de que a sua filha Sarah morreu atropelada por um motorista bêbado e o desespero o leva a abandonar as suas atividades. Pouco depois regressa de forma não oficial para se infiltrar numa organização terrorista e com um aspecto completamente diferente. Esta foi a última vez que vimos Sam mas agora ele está retornando e a missão é pessoal. Sam descobriu que a sua filha não foi morta acidentalmente. Apesar de tudo ter sido orquestrado para parecer um acidente, a morte da sua filha foi encomendada. Sam descobre que a companhia para a qual trabalhou está de alguma forma envolvida e sem poder contar com a Third Echellon, Sam está pronto para embarcar na missão mais pessoal, mais intensa e mais violenta em que já participou.
Este é ponto de partida para o novo Splinter Cell Conviction que a Ubisoft finalmente apresentou ao público. Certamente se recordam das primeiras imagens e do vídeo apresentados há quase um ano pela Ubisoft. Aqui podíamos ver um Sam que estava para os jogos como Jack Bauer está para a televisão. Um ex-agente envolvido numa conspiração maior do que inicialmente se previa, sem escrúpulos e restrições no seu caminho para o impedir de cumprir a missão.
O Sam Fisher de cabelo comprido e barba longa com aspecto de vagabundo foi deixado de lado, mas Conviction vai mesmo contar com um homem de convicções, mesmo que o seu aspecto não esteja tão agressivo. O final da demonstração serve mesmo como o ponto mais alto, previsivelmente, pois ao perguntar por mais informações de toda a trama, é dito a Sam que para saber mais deve deixar-se ir com o que parece ser agentes da Third Echellon que comunicam a sua captura à base que por sua vez pede para trazerem Sam para "casa". Fica em suspenso uma trama com grande potencial e com todo o carimbo Tom Clancy, conspirações políticas, emoções e tensão. Mas antes temos que recuar aos eventos que desencadearam este final ao bom estilo das melhores séries televisivas, quando Sam se mostra ao público pela primeira vez em longos meses.
Apesar do aspecto mais suave do protagonista face ao inicialmente previsto, o jogo apresentou-se com um tom violento e intenso.
A demo começa de uma forma mais crua e intensa jamais vista na série. Sam entra em uma degradada e imunda casa de banho pública para violentamente espancar o homem que vai inevitavelmente fornecer-lhe mais uma pista para tentar esclarecer tudo o que se formou à sua volta e ao mesmo tempo. Enquanto o desgraçado vai cuspindo o resto do sangue que não ficou exposto no lavatório, temos a primeira novidade e uma clara indicação do tom pretendido. Ao receber o nome de Kobin, o homem que guiava o carro que atropelou Sarah, todo o cenário em seu redor fica preto e branco e todas as paredes se tornam em telas imaginárias onde o dito personagem surge. Muito mais do que um simples e brilhante efeito visual, para lá de estético, esta é uma forma inteligente de levar o jogo ao encontro do ritmo e sensação mais sério e mais televisivo, ou cinematográfico se preferirem, que os produtores procuram reforçar. Ao longo da demo em vários momentos vemos paredes de prédios e até outros objetos servirem como tela para os títulos das missões que servem ao mesmo tempo para mostrar os objetivos. Prático e bastante inteligente, da um ar bastante "cool" ao jogo.
Sensação e emoção cinematográfica
Durante uma entrevista, membros da Ubisoft declararam que pretendem manter o jogador constantemente na ação e ao contrário do que vemos em outras séries, nesta a equipe vai trazer verdadeiramente a sensação e emoção cinematográfica ao jogo, o jogo vai moldar-se como um filme, envolto em intermináveis sequências cinematográficas. Como se o jogador estivesse jogando um verdadeiro filme interativo onde o protagonista virtual é controlado por nós. A certo momento Sam vê o acidente que vitimou a sua filha decorrer à sua frente numa parede que por instantes se torna numa espécie de televisão. É uma forma da Ubisoft colocar a atmosfera e ambiente nos moldes desejados e ao mesmo tempo dá a saber ao jogador aquilo que Sam está pensando. Colocando em prática toda uma envolvência e influência cinematográfica sem nunca tirar o jogador do controle do personagem.
Sem tempo de carregamento, para não quebrar o rítmo.
Como a Ubisoft tanto deseja, a narrativa mantém um ritmo incrivelmente alto, pelo menos ao longo da demo, e o jogador não enfrenta quaisquer tela de carregamento nem quebras para sequências o que torna tudo muito fluído e cativante. Fora da casa de banho, Sam está numa cidade completamente sozinho, sem o apoio de ninguém e a quem pedir ajuda, fazendo por isso o seu trajeto a pé. Sem saber em quem confiar e de onde o perigo irá surgir, Sam caminha pelas ruas movimentadas da cidade como se fosse um predador, com desejo de passar despercebido mas ansioso por atacar o primeiro que justifique a sua fúria.
No trajeto feito pela cidade entramos em contato com algumas das alterações e novidades implementadas, entre elas a habilidade "Mark & Shoot". Se são fãs de Rainbow Six Vegas, também feito pela Ubisoft Montreal, certamente conhecem esta habilidade que nos permite usar ferramentas tecnológicas para espreitar por debaixo das portas e marcar alvos para os nossos colegas abaterem. Mas como Sam está sozinho, é ele que tem que abater os alvos escolhidos dando a entender que a mira deverá assumir uma postura semi-automática para permitir um rápido e fácil movimento para abater os alvos assinalados.
As sombras continuam a ser o seu melhor esconderijo!
Outra das novidades surge precisamente aqui, na verdade apresenta-se desde que Sam sai da casa de banho, mas aqui torna-se mais evidente. A missão decorre num espaço que agora pode ser percorrido livremente, um pequeno sandbox, o que faz com que o jogador escolha como e por onde vai se infiltrar no lugar desejado. Muita da história permanece ainda por revelar e não sabemos de momento se os pedaços revelados antes da "alteração de visual" se mantêm, mas para Sam as sombras continuam a ser o seu "mundo". Se tal como anteriormente revelado Sam for procurado pela polícia, pelo menos por agências governamentais, no ambiente noturno da cidade as sombras são o seu lugar preferido e na sua investida furtiva é onde melhor se encaixa.
Algumas das novas mecânicas do conceito original foram mantidas e vai ser interessante ver um ex-agente procurado por uma organização governamental enfrentar ruas repletas de gente.
No mundo das sombras, Sam usa o ambiente para atacar os inimigos sem se mostrar, reforçando o que a Ubisoft diz, o jogador é livre para escolher a forma de atuar e atacar. Envolto pelas sombras Sam progride e no momento certo pode aplicar um golpe para silenciosamente usar o seu corpo como uma arma, a mais letal que provavelmente tem, e eliminar um inimigo rapidamente. Durante o primeiro confronto os alvos são eliminados de forma rápida e altamente precisa, o que nos deixa a questionar se a mira é automática, podendo ser uma opção, ou se o jogador é altamente dotado. Para finalizar a captura, Sam opta por uma investida furiosa e direta, mas mesmo aqui não deixa de ter o cenário e o ambiente ao seu dispor, podendo percorrer o ambiente como melhor achar necessário mas o maior esforço e perigo é notório.
Qualidade gráfica com um tom mais maduro, real e cinematográfico!
De nada valeria à Ubisoft procurar um tom mais maduro e mais real se a qualidade gráfica não acompanhasse, mas o certo é que neste ambicioso tom cinematográfico, a qualidade visual acompanha. Os personagens, com destaque para as faces, são de elevado detalhe e com um aspecto muito real. O motor gráfico mostra bons momentos e parece permitir bons efeitos, como as explosões e os efeitos de iluminação que continuam a ter tanto destaque maior do que a antevisão inicial mostrava, especialmente no "jogo" das sombras. O "HUD" é mínimo e também ele é uma amostra da envolvência pretendida. Quase como se a Ubisoft nos tentasse enganar dizendo que isto não é um jogo.
Splinter Cell é uma das séries que mais encantou os jogadores que tiveram o prazer de a conhecer e certamente que estes estão ansiosos por Conviction. Este novo jogo parece ostentar toda uma qualidade que muitos títulos e estúdios invejam almejar, descobrir toda a trama e viver esta experiência tem potencial para vir a ser uma das maiores delícias do início do ano que vêm. Sinceramente até poderia dizer que estou altamente entusiasmado para ver este jogo chegar.
Splinter Cell volta mais violento e intenso
O jogo sofreu uma profunda remodelação, depois de mais de um ano para remodelar e reconduzir não só a história, mas também a sua jogabilidade.
Os jogadores vão poder contar com um personagem muito mais obscuro e capaz de fazer o que for preciso para alcançar o seu objetivo, pois desta vez Fisher está numa missão completamente pessoal.
O jogo será muito mais violento e agressivo, o que nos faz pensar que haverá maiores doses de ação. Da mesma forma parece que o ambiente de jogo será também um pouco mais sinistro.
Sam Fisher tem a sua vingança marcada em Splinter Cell: Conviction, que será lançado em 23 de Fevereiro de 2010 no Xbox 360 e PC.
Fonte:
eurogamer